As crianças praticam desporto pelo prazer e pela satisfação que lhes proporciona e o ganhar é apenas uma parte da sua motivação.
Nunca ralhem com os jovens por cometerem erros ou por perderem uma competição.
"Treino de Jovens"
As crianças praticam desporto pelo prazer e pela satisfação que lhes proporciona e o ganhar é apenas uma parte da sua motivação.
Nunca ralhem com os jovens por cometerem erros ou por perderem uma competição.
"Treino de Jovens"
Quando vejo as provas da UCI MOUNTAIN BIKE WORLD CUP, reparo e fico deveras entusiasmado por ver como a maioria dos primeiros atletas celebram a sua chegada à meta, a envolvência do publico é extraordinária aplaudindo todos os que chegam.
No final apesar do cansaço os atletas, independentemente da luta desportiva, cumprimentam-se como grandes amigos.
Nós por cá ainda estamos longe dessa cultura desportiva, contudo no BTT já se vai encontrando algum companheirismo entre atletas e também exemplos de desportivismo.
E um exemplo disso mesmo esteve presente numa recente prova concelhia na Maia, entre jovens atletas femininas e felizmente registada numa foto publicada no álbum da Equipa de Ciclismo Maiatos/Reabnorte ...
Com este exemplo pais e treinadores só podem estar orgulhosos e contentes por verificarem que a mensagem de desportivismo saudável está a ser bem passada. Parabéns às jovens e obrigado ao fotografo pelo belo registo.
Numa altura do ano em que o corpo consome mais energia no seu arrefecimento por motivo do calor e de dias maiores para andar ao ar livre, poderia ser uma excelente oportunidade para crianças pré-obesas e obesas de perder peso, admirávelmente vários estudos comprovam que acontece o contrário!
E conhecendo a realidade concordo que fazem sentido esses estudos, pois acredito que os pais também vão reconhecer e compreender alguns factores responsáveis por este aumento de peso e que passo a especificar:
Alteração da rotina diária, que implica com frequência maiores tempos de repouso, acesso à televisão e jogos de computador.
Inexistência de programas de atividade física com os familiares ou amigos, assim como a quebra da atividade realizada diariamente na escola ou extra-escolar.
Os avós ou outros familiares disponibilizam sem querer, alimentos que estão restringidos na maior parte do ano, como gelados, sobremesas, doces, bolos.
Os avós que ficam com o cuidado dos netos nos dias de férias tendem a querer mimar os mesmos e não cumprem as regras que os pais seguem, aconselhados pelos médicos. Muitos não têm noção do que é a obesidade infantil, porque sempre ouviram falar de passar fome, não de excesso de peso.
Também os jovens que ficam em casa nas férias tem o acesso facilitado à comida em casa, muitas vezes de elevado valor energético ( como bolachas, barritas energéticas, chocolates ou refrigerantes com excesso de açúcar), nas pausas de atividades pouco exigentes fisicamente.
Completando este artigo faz sentido rever o vídeo da "apcoi-Associação Portuguesa Contra a Obesidade Infantil", que apesar de ser de 2011 resume ainda a realidade actual dos habitos da nossa sociedade.
Costumo dizer que qualquer jovem que pratique desporto é já um campeão, valorizar a sua participação em detrimento do resultado desportivo é um dever de todos os adultos envolvidos na sua formação não só como pequenos atletas mas também como futuros adultos que vão ser.
Logo uma escola de ciclismo nunca na minha opinião poderá ter como função de formar campeões desportivos, mas sim o de ensinar, educar, e fazer com que os jovens aprendam a modalidade desportiva de que gostam, respeitando todos os intervenientes e acima de tudo fazer compreender que dentro da competição há os adversários mas que devem ser amigos fora da mesma.
No meio disto tudo há os Pais que tem um papel relevante no contributo para criar um ambiente agradável de prática desportiva. Contudo existem outros Pais e acredito que mesmo sem ser intencionalmente gerem ambiente de tensão, que pode favorecer a violência no desporto. Pais estes focalizados nos resultados desportivos, na minha opinião resultados virtuais que fácilmente se dissipam na natural evolução de maturidade dos jovens.
Vejam por exemplo um facto que costuma originar constantemente grandes tensões e discussões entre adultos nas partidas dos jovens. Digam-me se vale a pena reclamar que por algum erro e do nosso ponto de vista, o nosso filho não partiu na frente da corrida e foi prejudicado porque foi atrasado por atletas mais lentos...
Agora pergunto a esses Pais o que será mais importante, educar e treinar o jovem a saber se posicionar e conseguir passar rápidamente atletas lentos logo na partida e ganhar assim posições ou não passar por esta lição e ter sempre a vida mais facilitada e partir sempre na primeira fila conseguindo assim a vitória dos primeiros lugares? Não será esta última situação uma realidade virtual que no futuro como atleta não vai encontrar de certeza?
Vejam o relato no facebook do Ricardo Marinheiro da sua participação nesta última etapa da taça do mundo, que passo a transcrever aqui uma parte e que podem na totalidade ler AQUI .
"Partir lá de trás é como entrar no ringue do "vale tudo" contra 100 tipos. Umas vezes safas-te sem riscos, outras não. A luta e busca por mais pontos UCI que melhore o ranking para uma partida um pouco mais na frente nas taças do Mundo continua..."
"O que aprendi com a experiência prática das duas situações é que é bem mais fácil e menos duro vencer uma taça do mundo partindo na frente, que tentar saltar de 100 para pelo menos lugar 40, onde não se é dobrado numa prova como Albstad,..."
"Faz parte. Já estive nesta luta mais que uma vez e saberei vencê-la com o tempo e persistência, procurando agora aumentar mais os pontos no ranking mundial para uma partida mais na frente que permite uma tática bem diferente de corrida..."
Não será preferível fazer passar os nossos pequenos campeões pelas dificuldades reais afim de aprenderem, do que lhes facilitar partidas mais fáceis com o objectivo do resultado desportivo?
Como treinador, e os pequenos atletas sabem que assim faço, treino constantemente as partidas sempre na situação mais difícil. É assim que deve ser uma escola de ciclismo, assim como também os encontros de competição sempre um universo de aprendizagem da modalidade sempre conjugada com prática e valorização da ética desportiva.
Para os Pais façam um teste e vejam de que tipo são:
Como treinador, tenho tentado ensinar e mentalizar os atletas que é muito importante conhecer e saber "ler" as sensações do nosso corpo para se treinar. Tenho atletas e principalmente jovens a partir de cadetes, que se lhes passar treino com níveis de pulsação para cumprir... para eles é... "grupo"... vai, vai, treinador "manga de alpaca" e teórico, pois eu o que queria é que estivesses no terreno e levar uma grande coça de mim e ver como eu até ando muito bem...
Para jovens mais novos que cadetes (idades inferiores a 15 anos) na minha opinião ainda é mais e completamente descabido estar a "impingir" treinos escritos com níveis a cumprir como obrigação e quem o faz não tem de certeza conhecimentos minímos da pedagogia infantil/juvenil. Nestas idades é mais importante estar com eles no terreno e trabalhar para manter sempre a motivação intrínseca que tiram da diversão que tem em andar de bicicleta. Deve-se de fomentar o estarem juntos porque aprendem uns com os outros num espírito de grupo e através do jogo com orientação por um treinador que analisa a individualidade e com a ajuda do grupo de trabalho orienta a melhoria de cada um.
Contudo não me sendo possível acompanhar os atletas do clube em todos os treinos no terreno, é para estes atletas e que podem ou não ser jovens, e que precisam de alguma orientação que tenho um vocabulário mais acessível e compreensível a substituir os tais rigorosos e famosos níveis tão apregoados por alguns excelentes teóricos do rigoroso treino científico. Então passo a dizer o que costumo enviar para qualquer atleta onde aparelhos do tipo pulsómetro, potenciometro, ciclocomputador, etc são coisas que só servem para enfeitar:
Níveis de esforço por sensações: N1 - suave - recuperação N2 - médio - resistência aeróbica N3 - forte - resistência de competição N4 - intenso - ataques longos, subidas longas, xco, ... N5 - máximo - partidas, recuperar posição após ataque de adversário... N6 - crítico - partidas, sprints de ataque ou defesa (até se ver estrelinhas nos olhos)...
Com devem imaginar a partir daqui já é possível dar indicações do que se deve fazer para treinar.
Sempre disse e digo que o treino por sensações é também muito válido... Mas alguns olham para mim como se fosse:
- Olha este é mesmo daqueles dos Velhos do Restelo...
Pois bem eu até já há muito que aderi a todas as novas tecnologias disponíveis, pois a vontade de experimentar, conhecer e aprender para nos mantermos actualizados é fundamental na renhida e exigente competição deste desporto, e nunca subestimei qualquer conhecimento...
Mas ... Acabo sempre por me zangar com toda a panóplia electrónica, nos momentos que estamos familarizados e dependentes dos seus serviços de repente e teimosamente deixam de funcionar, deixando-nos desesperados a pensar no estúpido investimento de euros que fizemos e que não correspondem na prática ao que desejamos e com a agravante que ficamos logo incomodados se for numa prova... e agora como faço?!?! É por isso que cada vez mais sou adepto do guiador limpo que é igual a menos preocupações...
Bem, mas afinal a experiência de cada um e o andar por sensações é válido ou não... Admirávelmente fico contente por ler o post que Sr. Benjamim Carvalho escreveu no Facebook, que vai ao encontro da minha opinião geral e tirem as vossas conclusões.