Treinar por sensações, válido ou não?
Como treinador, tenho tentado ensinar e mentalizar os atletas que é muito importante conhecer e saber "ler" as sensações do nosso corpo para se treinar. Tenho atletas e principalmente jovens a partir de cadetes, que se lhes passar treino com níveis de pulsação para cumprir... para eles é... "grupo"... vai, vai, treinador "manga de alpaca" e teórico, pois eu o que queria é que estivesses no terreno e levar uma grande coça de mim e ver como eu até ando muito bem...
Para jovens mais novos que cadetes (idades inferiores a 15 anos) na minha opinião ainda é mais e completamente descabido estar a "impingir" treinos escritos com níveis a cumprir como obrigação e quem o faz não tem de certeza conhecimentos minímos da pedagogia infantil/juvenil. Nestas idades é mais importante estar com eles no terreno e trabalhar para manter sempre a motivação intrínseca que tiram da diversão que tem em andar de bicicleta. Deve-se de fomentar o estarem juntos porque aprendem uns com os outros num espírito de grupo e através do jogo com orientação por um treinador que analisa a individualidade e com a ajuda do grupo de trabalho orienta a melhoria de cada um.
Contudo não me sendo possível acompanhar os atletas do clube em todos os treinos no terreno, é para estes atletas e que podem ou não ser jovens, e que precisam de alguma orientação que tenho um vocabulário mais acessível e compreensível a substituir os tais rigorosos e famosos níveis tão apregoados por alguns excelentes teóricos do rigoroso treino científico. Então passo a dizer o que costumo enviar para qualquer atleta onde aparelhos do tipo pulsómetro, potenciometro, ciclocomputador, etc são coisas que só servem para enfeitar:
Níveis de esforço por sensações:
N1 - suave - recuperação
N2 - médio - resistência aeróbica
N3 - forte - resistência de competição
N4 - intenso - ataques longos, subidas longas, xco, ...
N5 - máximo - partidas, recuperar posição após ataque de adversário...
N6 - crítico - partidas, sprints de ataque ou defesa (até se ver estrelinhas nos olhos)...
Com devem imaginar a partir daqui já é possível dar indicações do que se deve fazer para treinar.
Sempre disse e digo que o treino por sensações é também muito válido... Mas alguns olham para mim como se fosse:
- Olha este é mesmo daqueles dos Velhos do Restelo...
Pois bem eu até já há muito que aderi a todas as novas tecnologias disponíveis, pois a vontade de experimentar, conhecer e aprender para nos mantermos actualizados é fundamental na renhida e exigente competição deste desporto, e nunca subestimei qualquer conhecimento...
Mas ... Acabo sempre por me zangar com toda a panóplia electrónica, nos momentos que estamos familarizados e dependentes dos seus serviços de repente e teimosamente deixam de funcionar, deixando-nos desesperados a pensar no estúpido investimento de euros que fizemos e que não correspondem na prática ao que desejamos e com a agravante que ficamos logo incomodados se for numa prova... e agora como faço?!?!
É por isso que cada vez mais sou adepto do guiador limpo que é igual a menos preocupações...
Bem, mas afinal a experiência de cada um e o andar por sensações é válido ou não... Admirávelmente fico contente por ler o post que Sr. Benjamim Carvalho escreveu no Facebook, que vai ao encontro da minha opinião geral e tirem as vossas conclusões.